
*Por Wilton Lima.
Sim, as emissoras de rádio, pois o TSE não distribui mídia às rádios – essa atribuição é dos partidos políticos e um profissional de cada emissora que também é responsável em mapear os comerciais normais, é que mapeiam as propagandas dos candidatos de acordo com a quantidade pré estabelecida pelo TSE e pelos Tribunais Regionais.
Oito pontos destacados por especialistas que demonstram mais essa teoria da conspiração de Bolsonaro e sua trup:
1) 1 - A acusação presume que há uma grande conspiração de centenas de donos de rádio se reunindo contra Bolsonaro. O que é grotesco porque demandaria um segredo bem guardado envolvendo dezenas de milhares de pessoas, típico das grandes teorias da conspiração.
2) 2 - Programas de candidatos deixarem de ser exibidos em rádios é, infelizmente, muito comum e não apenas nesta eleição. Muitos proprietários de rádios sabem que a fiscalização é difícil por depender das próprias candidaturas e simplesmente ignoram o material das campanhas.
3) 3 - Aliás, é importante frisar: é responsabilidade das campanhas entregarem o material a ser divulgado e, depois, realizarem o monitoramento para verificar se as rádios estão ou não veiculando suas inserções. Ou seja, são os candidatos que precisam ficar atentos, não o TSE.
4) 4 - A Justiça Eleitoral, diante de provas entregues pelos advogados das campanhas, tem determinado que a rádio infratora veicule o que deixou de passar em outros dias.
5) 5 - A responsabilidade pela não-exibição é das rádios e seus gestores e proprietários, a menos que as campanhas provem que houve o tal complô citado no item 1.
6) 6 - Mas as campanhas prejudicadas não podem fazer "armazenamento tático". Ou seja, não podem perceber que há uma falha na exibição, esperar semanas e a poucos dias da eleição pedir para passar centenas de inserções a mais. Entende-se, pela jurisprudência, que são 48 horas para reclamar.
7) 7 - É uma falácia fazer o levantamento de algumas rádios específicas e dizer que, no Brasil inteiro, foi assim. Pelo que advogados que atuaram em campanhas presidenciais e estaduais informam à coluna, esse é um problema que acontece com todos os candidatos.
8) 8 - Nem um problema grave e palpável de abuso econômico, como a tentativa de compra de votos e assédio eleitoral por mais de mil empresários bolsonaristas, segundo denúncias coletadas pelo Ministério Público do Trabalho, levaria ao adiamento do segundo turno, quanto mais a não-exibição em rádios por responsabilidade das rádios.
* Wilton Lima é radialista há mais de 30 anos e já foi diretor de emissoras como TV Difusora e Rádio Clube Fm de Açailândia.
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